O pesadelo da reprovação.

O pesadelo da reprovação.

Muitas mães já passaram pela tão temida reprovação de ano dos filhos ou temem que um dia ela venha a ocorrer, não é mesmo?

Mas você já parou para pensar nos benefícios que uma reprovação pode trazer ao seu filho, e até mesmo para as relações familiares?

São inúmeros os fatores que levam um adolescente a reprovar-se, temos como exemplos:

 

 

  • Falta de estudo adequado;
  • Falta de entendimento do conteúdo estudado;
  • Sofrimentos interno ou externo, perda de uma pessoa querida;
  • Transtornos e dificuldades de aprendizagem.

São inúmeros os motivos e o que pode acontecer ao longo do ano que possa acarretar uma reprovação.

Vemos alunos que não receberam o tratamento adequado de uma dificuldade ou de um transtorno de aprendizagem...

Mas a ideia desse texto não é descobrirmos o porquê do adolescente ser reprovado, afinal precisamos analisar caso a caso, cada um dentro do seu próprio contexto. Minha intenção é refletirmos juntos sobre as vantagens e desvantagens da reprovação.

Há anos eu oriento pais no segundo semestre sobre a questão: passar de ano ou deixar reprovar. 

A maior questão, como eu disse anteriormente, não é a reprovação em si, mas toda a carga, seja ela negativa ou positiva, que vem junto. Não tem regra nem macete, não tem como falar se uma reprovação é boa ou ruim, vai depender de cada contexto, cada caso, cada valor familiar, cada objetivo para o filho.

Quando um aluno é reprovado, isso pode ser visto como uma experiência traumática, pois ele vai afastar-se dos amigos de sala, sentir-se perdedor e fracassado, entre ouras coisas…

É dentro desta perspectiva que muitos pais tentam encontrar uma fórmula para que, mesmo sem o aproveitamento mínimo, ele seja aprovado, para livrar-se do “trauma” que poderá “marcá-lo para o resto da vida”.

Pois bem! O adolescente sabe das regras do jogo da escola. Ele sabe que precisa de 60 pontos (no mínimo, dependendo da escola) para passar de ano. Ele sabe que se não obtiver esses pontos ao final do ano ainda terá uma nova chance de se recuperar na recuperação final. E algumas escolas ainda têm provas substitutivas ao longo do ano (aquelas provas que os alunos fazem para tentar melhorar a nota da prova anterior).

Vamos analisar a seguinte situação:

O aluno: Não estuda desde o início do ano. Dorme nas aulas. Não faz o dever de casa. Não demonstra interesse em verificar junto à escola as suas possibilidades.

Os pais: São pais presentes. Sentam com o filho após cada trimestre para analisar as notas e como anda o aprendizado. Conversam com a escola, marcam aulas de reforço para que o filho aprenda o que não está entendendo na escola.

Situação no fim de ano: Reprovação!

Soluções:

1) Trocar de escola para uma que ele possa fazer dependência.

2) Ser reprovado na mesma escola

3) Ser reprovado em outra escola

Qual alternativa seria melhor para esse adolescente? Tem uma resposta mais correta que a outra?

Vai depender dos valores que os pais querem passar para seu filho.

E minha ideia não é julgar! É fazer com que você reflita!!!

Qual das opções acima ensinará ao adolescente:

  1. Ser responsável por seus próprios atos;
  2. Planejar desde o início os seus estudos para que não deixar tudo para em cima da hora;
  3. Toda ação tem uma consequência.

Se você me acompanha nas redes sociais sabe da importância de se estimular o cérebro adolescente. Que a parte frontal cerebral ainda não está completamente formada e cabe aos pais e educadores fazerem suas funções, que são de limite, planejamento, organização e responsabilidade.

Lembra que falei mais no início do texto que cada caso é um caso? Então, você terá que verificar qual o esforço o seu filho fez para obter os pontos necessários para passar e se é proveitoso “dar um jeitinho”!

Temos também, aquele aluno que se esforça, que tenta, mas por algum fator, não conseguiu... e agora? Agora, vamos sentar com ele e verificar todas as possibilidades:

Ele aprendeu, mas não conseguiu se expressar na prova? Deu o máximo dele, mas não conseguiu? Os pais fizeram avaliações e tratamento adequado para suas dificuldades escolares?

Entende onde quero chegar?

A grande questão de ajudar ou não o seu filho que foi reprovado é:

Quem tem que dar solução para o obstáculo é o adolescente e não os pais. Os pais precisam acompanhar durante o ano, serem presentes e ajudar o adolescente a resolver os problemas que ele mesmo não é capaz de resolver, mas nunca fazer para o adolescente o que ele é capaz de fazer. Ele conhecia as regras do jogo; se as transgrediu, pode e deve ser responsabilizado. Ele é o culpado e não a vítima do que aconteceu; terá de arcar com as consequências de sua negligência. O modo como irá lidar com isso dependerá de sua força interior e da maneira como vem sendo criado.

Normalmente um adolescente que é reprovado, no contexto daquele aluno que não estuda, que não faz as tarefas, não é maduro suficiente para avançar.

Mas, Renata!!!! E o nosso gasto financeiro? Um ano de pagamento da mensalidade jogada fora?

E eu te respondo que não!!! Não foi um ano jogado fora! Foi um ano de aprendizado. Tanto para seu filho quanto para você! Economize em outras coisas,.. no celular da moda “que ele tem que ter, porque todo mundo tem”, nas roupas de marca, nos passeios caros. Quando damos aos nossos adolescentes presentes e regalias que eles não valorizam, pois não sabem o custo por trás daquilo, o que estamos ensinando? Que mensagens estamos passando?

Mais uma vez repito! Cada caso é um caso! A maior mensagem que tem que ficar é:

QUE MENSAGEM VOCÊ ESTÁ DANDO PARA O SEU FILHO COM A INTENÇÃO DE AJUDÁ-LO?

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